Plano de Carreira

MGI ausente na audiência pública da Comissão de Cultura

A audiência pública realizada pela Comissão de Cultura (CCULT) da Câmara dos Deputados ontem, 7 de maio de 2025, para debater o Plano das Carreiras da Cultura teve um grande ausente: o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos – MGI, que não enviou nenhum representante, optando por marcar uma reunião fechada com os parlamentares logo após a audiência.

Ela foi convocada pelas deputadas Érika Kokay (PT/DF) e Sâmia Bomfim (PSOL/SP), que presidiram conjuntamente a mesa, e contou com a presença dos Deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Tarcísio Motta, (PSOL-RJ), e das Deputadas Denise Pessôa (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), das lideranças dos servidores, um auditório cheio e centenas de pessoas assistindo online.

A deputadas Érika Kokay abriu a sessão reafirmando seu compromisso com o Plano das Carreiras da Cultura já, e passou a palavra para Natália Brayner, servidora do IPHAN e Presidente da AsMinC, que estava representando o Fórum das Entidades Representativas dos Servidores da Cultura.

Natália apresentou um panorama das lutas de 20 anos por melhores condições de trabalho para as carreiras da Cultura, os números dos servidores e a evolução de suas remunerações, os acordos não cumpridos e da evasão de servidores para outras carreiras por falta de um Plano de Carreira adequado, o que leva o pleito dos servidores da Cultura a ter o apoio da Ministra Margareth Menezes e dos presidentes das vinculadas. Ela lembrou:

“O desabamento do teto da Igreja de São Francisco de Assis, em fevereiro deste ano, resultou na morte de Giulia Righetto, uma jovem de 26 anos, além de outras 5 pessoas feridas.  Essa tragédia na “Igreja de Ouro”, um dos mais importantes patrimônios históricos tombados do país e um dos locais mais visitados da cidade de Salvador impactou a toda sociedade.”

Natália foi muito aplaudida e finalizou sua fala assim:

“Lutamos por melhorias na nossa condição de trabalho, lutamos pelos direitos da sociedade brasileira, pelo fortalecimento das instituições culturais. Com precarização, não há Cultura para a Nação.

Estamos em greve, porque é grave! É grave, por isso estamos em greve!”

Veja no vídeo alguns momentos de destaque da audiência pública.

Em seguida, a oradora foi Mônica Carneiro, representante da Condsef – Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público, que falou que, apesar do atual governo ter reaberto a mesa de negociação no MGI, os reajustes são díspares e aumenta as distorções salariais, com critérios de progressão desiguais.

Ruth Vaz Costa, servidora do IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, e membro do Departamento de Educação e Cultura da Condsef fez uma fala emocionada e fundamentada em defesa da importância da Cultura e de seus servidores: “temos que criar espaços de escuta e defesa de políticas públicas para a Cultura”.

Ela leu trechos o acordo de 2007, onde o Governo se compromete a enviar ao Legislativo, ainda naquele ano um plano de carreira para a Cultura. Não aconteceu… E pergunta: “Qual o projeto de Cultura do Governo Federal?”.

O representante do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, lembrou que esta política de recursos humanos é discriminatória, com “servidores classe ‘A’ e classe ‘B’, e 70% dos servidores estão numa ‘vala comum’ até o direito à greve vem sendo negado na prática”.

A participante Beronicy Farias, servidora do Ministério da Educação falou da importância de uma mobilização conjunta para as negociações com o governo, o MEC também não tem um Plano de Carreira, que já foi enviado desde 2023: “o MGI tem colocado o servidor público federal contra a parede”.

Já o participante Quintino Lima, que trabalha no Ministério da Justiça a décadas, lembrou que este ministério ficou sem concurso por 15 anos e que a maioria dos aprovados no concurso de 2015 já deixaram o ministério: “também pensamos em gr ve”.

Sérgio de Andrade Pinto, servidor do MinC lembrou que Cultura é um fator essencial para o desenvolvimento: “não é justo que apenas algumas categorias sejam beneficiadas. É uma política equivocada”

Veja o vídeo da Audiência Pública em https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/76074 .

Deputados se reúnem com a ministra Esther Dwec

Após a audiência pública, os deputados membros da Comissão de Cultura (CCULT) participaram de uma reunião com a ministra Esther Dweck, para discutir o plano de carreira dos servidores da cultura, que negociam há 20 anos direitos trabalhistas mais justos.

Apesar das conquistas já alcançadas, ainda há um importante caminho a ser percorrido.

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Imprensa mostra manifestação dos grevistas da Cultura no Palácio Capanema

Hoje, 6 de maio de 2025, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes e o Presidente do IPHAN, Leandro Grass, convidaram a impressa para conhecer as instalações do Palácio Capanema após uma reforma de sete anos.

Os grevistas da Cultura estavam lá com um número expressivo de servidores para apresentar suas reivindicações e divulgar do movimento grevista nacional – cuja pauta central é o Plano de Carreira da Cultura, bem como a recomposição do quadro de servidores da Cultura, que perdeu mais de 30% da força de trabalho nos últimos anos.

A impressa presenciou o ato e a TV Globo já noticiou a reabertura do Palácio Capanema, no RJ TV e no Jornal Hoje, destacando o movimento grevista e ouvindo a Ministra da Cultura, que disse que “é uma luta importante, respeitamos todas as possibilidades”, e falou também “estamos reconstruindo a estrutura interna do ministério, que foi desmontada desde 2016, mas já avançamos em melhorias salariais e no plano de carreira”.

A notícia falou também da importância histórica e cultural do prédio, que deve ser reinaugurado no dia 20 de maio, com 60% de seu espaço para atividades culturais e 40% para a administração do MinC e vinculadas.

Clique aqui e veja a notícia do RJ TV e no Jornal Hoje.

Em assembleia permanente

Às 10h30 ocorreu uma assembleia, declarada permanente, com a presença de representantes de todas as vinculadas do MinC no Rio de Janeiro, membros da Diretoria do Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Federais dos Municípios do Rio de Janeiro – Sindisep RJ, Asserte, ASBN e outras associações.

Foi reforçada a divulgação do fato de que mais estados aderiram à greve, com um total de 21 unidades federativas até o momento.

O Comando Estadual de Greve destacou a necessidade de os(as) grevista preencherem diariamente a lista de greve, disponível no grupo de informes estadual. As pessoas interessadas devem procurar os pontos focais de suas instituições no Comando de Greve e entrar no grupo.

O Sindisep lembrou a necessidade da filiação sindical por parte de todos(as), para proteção de direitos (como, por exemplo, em caso de corte de ponto).

Ao alto: Ato dos grevistas da Cultura no Palácio Capanema – Foto: Oscar Liberal

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No dia do Trabalhador, a Cultura pede respeito, mais verbas e estrutura

Neste Primeiro de Maio os servidores da Cultura entraram no terceiro dia uma greve nacional participando das manifestações dos trabalhadores em todo o País, pedindo respeito e uma melhor estrutura para trabalhar, cobrando a negociação do Plano de Carreiras da Cultura.

Nas atividades da greve, os servidores também denunciam a sobrecarga de trabalho, intensificada pela redução de 36,6% no quadro de pessoal entre 2014 e 2023, e a falta de diálogo por parte do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) que adiou diversas reuniões com a categoria.

As manifestações dos trabalhadores este ano tiveram como foca a questão da redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6 por 1, com diversas atividades.

Em Brasília, oito centrais sindicais realizaram atos políticos e culturais, nos gramados do Eixão do Lazer, perto do centro da cidade.  No Rio de Janeiro os Trabalhadores se reuniram nas escadarias da Câmara de Vereadores, na Cinelândia, com presença de um número expressivo de servidores federais da Cultura.

O site “Camaçari Agora” noticiou a greve na Bahia, onde estão parados os escritórios técnicos de Salvador, Cachoeira, Porto Seguro e Lençóis do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

No Rio Grande do Norte a servidora do Iphan Fernanda de Matos falou ao jornal “Novo Notícias: “O Brasil vive hoje um dos momentos de maior expansão de políticas culturais em décadas, mas com o mesmo corpo técnico esvaziado e sobrecarregado de sempre. Não há política pública duradoura sem servidor público valorizado. Como se investem bilhões nas políticas, mas não em suas estruturas executoras?”

Em Manaus os grevistas da Cultura fizeram uso da palavra e expressaram “É Greve por que é Grave”, narrando o abando da estrutura que apoia a Cultura, um setor que gera 3% do PIB brasileiro.

Vídeos

Servidor explica a Greve da Cultura em manifestação na Bahia

Movimento da Cultura em manifestação no Amazonas

Manifestação no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro

É Greve porque é Grave – Bahia

Agenda de mobilização em Brasília

Segunda | 05/05

  • 14h30: Assembleia DF no Ibram

Terça-feira | 06/05

  • 10h: Assembleia Fundação Cultural Palmares
  • 15h: ⁠Assembleia Nacional

Quarta-feira | 07/05

  • 16h: Audiência pública

Quinta-feira | 08/05

  • 10h: Reunião com o secretário de Gestão de Pessoas do MGI
  • À tarde: Assembleia no MinC

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Cultura tem reunião no MGI no segundo dia de greve

Na quarta-feira, 30 de abril de 2025, Pedro Armengol, dirigente da CONDSEF, Ruth Vaz e Sérgio Pinto, representantes da Carreira da Cultura, e Bruna dos Santos, da COGEP do MinC, participaram de uma reunião no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos com José Lopez Feijó, Secretário das Relações de Trabalho do MGI.

A deputada Denise Pessoa (PT), presidenta da Comissão de Cultura e Educação da Câmara dos Deputados, participou da reunião e expressou a preocupação do corpo parlamentar da Comissão com a estruturação das carreiras dos servidores da cultura.

O MGI questionou o porquê da greve, ao que foi respondido que, conforme informado por meio dos Ofícios encaminhados anteriormente, a negociação não avançava e não havia diálogo, apesar de todas as tentativas da categoria tendo em vista a implementação de mesa específica para discutir a reestruturação das carreiras da cultura. Feijó se comprometeu com a manutenção da agenda de reunião com o Secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso prevista para o dia 08 de maio, às 10 horas.

Os servidores da Cultura fizeram uma concentração no BLOCO C da Esplanada para apoiar seus representantes na reunião. Ao final, a Deputada Denise Pessoa e os membros do DEC da CONDSEF que participaram da reunião, Ruth Vaz e Sergio Pinto, falaram aos colegas presentes na manifestação. A AsMinC acompanhou todas as atividades do dia e segue realizando articulações para o fortalecimento do movimento.

Fotos da greve pelo País no dia 30 de abril

Veja na galeria abaixo alguns dos momentos da greve em vários estados.

Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados convoca audiência

Foi convocada a audiência pública para debater o Plano das Carreiras da Cultura na Comissão de Cultura (CCULT) da Câmara dos Deputados.

  • Data: 07/05
  • Horário: 15h30
  • Local: Anexo II da Câmara dos Deputados, Plenário 10

Os dirigentes do MGI estão convidados:

  • Esther Dweck, Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
  • José Celso, Secretário da Gestão de Pessoas do MGI;
  • José Lopez Feijó, Secretário das Relações de Trabalho do MGI.

Já estão confirmados:

  • Sergio Ronaldo, Diretor-Executivo da CONDSEF;
  • Ruth Vaz, servidora do IBRAM e membra do Departamento de Educação e Cultura (DEC)/Condsef;
  • Matheus Guerra, servidor do IPHAN e membro do DEC;
  • Natalia Brayner, servidora do IPHAN e presidente da AsMinC – representante do Fórum das entidades representativas dos servidores da cultura.

As deputadas Érika Kokay (PT/DF) e Sâmia Bomfim (PSOL/SP) irão presidir conjuntamente a mesa da audiência pública.

Link da audiência pública: https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/76074

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Deputado Pastor Henrique Viera cobra plano de carreira da Cultura

O deputado Pastor Henrique Viera (PSOL/RJ) participou esta semana de uma reunião com a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, para tratar do plano de carreira dos servidores da Cultura.

A ministra reconheceu a defasagem histórica da categoria e reforçou o compromisso do Governo em avançar com essa pauta nos próximos meses, com previsão de implementação do novo plano no ano que vem.

Após a reunião o deputado protocolou ofício solicitando ao MGI informações acerca do quadro de servidores da Cultura após as convocações do CNU. O ofício também remete ao processo administrativo do PCCULT que tramita no âmbito do MGI.

Veja o vídeo do deputado Pastor Henrique Viera após a reunião:

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AsMinC defende Plano de Carreira na comemoração dos 40 anos do Ministério da Cultura

A AsMinC foi convidada a falar em nome dos servidores da cultura durante evento de comemoração dos 40 anos do MinC, ocorrido no estacionamento do ministério no último dia 17/03/25.

Os servidores da cultura estiveram no evento com faixas e camisetas com frases como “Por que a Cultura tem os piores salários da Esplanada?” e “40 anos de MinC. 20 anos de Luta. Carreira da Cultura”, reforçando a importância de um Plano de Carreira da Cultura.

Em sua fala a presidente da AsMinC ressaltou o importante papel dos servidores ao longo da história do Ministério, mencionou as recentes conquistas relacionadas à recriação do MinC e reforçou a luta de 20 anos dos servidores pela aprovação de um Plano de Carreira dos Servidores da Cultura.

Confira abaixo a sua fala na íntegra:


“Agradeço a iniciativa de terem convidado a AsMinC para estar aqui hoje, falando em nome daqueles que, ao longo dos últimos 40 anos, vêm sustentando o MinC, guardando sua memória, executando as políticas culturais e, principalmente, resistindo a todos os ataques e extinções que o Ministério sofreu desde sua criação em 1985.

Estamos aqui para comemorar a existência e a recriação do ministério e reconhecemos inúmeras conquistas recentes para a área da cultura:  o estabelecimento da PNAB, a retomada do programa Cultura Viva, o fortalecimento de várias políticas culturais e o retorno da participação social… No entanto, infelizmente, nós servidores vemos toda essa festa e nos sentimos um tanto à parte, sem tantos motivos para celebrar. São 40 anos de MinC e 20 anos de luta pelo estabelecimento de um plano de carreira. 20 anos de luta e 20 anos de acordos não cumpridos e de falta de reconhecimento, por parte dos diversos governos que passaram, da necessidade de valorização dos servidores por meio de um Plano de Carreira.

Ministra Margareth Menezes e o Secretário Executivo do MinC, Márcio Tavares, ao lado da Presidente da AsMinC, Thaís Werneck

Nós perguntamos: É possível garantir que o MinC chegue a comemorar os seus 50 anos? Como o Ministério da Cultura se sustentará ao longo do tempo sem servidores, com uma evasão crescente (na administração direta e em suas entidades vinculadas), com a saída iminente de vários servidores que dedicaram 20, 15 anos de sua vida profissional à cultura e que agora, por meio do CNU e outros concursos, buscam novas oportunidades fora do MinC na maioria dos casos única e exclusivamente porque não têm perspectiva nenhuma de crescimento, reconhecimento e valorização dentro do órgão?

Importante ressaltar que quando nós falamos de um Plano de Carreira, não estamos falando de uma causa corporativista nossa, estamos falando da possibilidade real de fortalecimento institucional do MinC, da possibilidade real de que, independentemente dos governos que cheguem e que saiam, a instituição MinC e suas vinculadas continuem existindo por meio de servidores que não poderão ser deslocados para qualquer canto (como aconteceu no passado), pois terão definidas em lei atribuições totalmente vinculadas à garantia e consecução dos direitos culturais. Os governos passam, os servidores ficam e precisam ter condições adequadas para permanecerem e não só guardarem a memória institucional, como também fazerem parte do que virá pela frente.

Nós reconhecemos que a atual gestão, sensível a todas as nossas manifestações presenciais e virtuais e ao nosso movimento, foi a única a sentar com os representantes dos servidores com o objetivo de construir uma proposta de Plano de Carreira tecnicamente qualificada e totalmente viável. Lembramos do dia 16 de agosto passado em que a Ministra Margareth Menezes entregou a proposta nas mãos da Ministra Esther Dweck – nossa esperança naquele dia se reacendeu.

Entretanto, passados 7 meses, nós não tivemos absolutamente nenhuma resposta oficial do MGI, apenas negativas verbalizadas nas duas Audiências Públicas realizadas no Senado e na Câmara dos Deputados e evidenciadas nas diversas reuniões desmarcadas com a AsMinC (mesmo quando parlamentares atentos e sensíveis participariam conosco para demonstrar o apoio a um Plano extremamente importante para a cultura brasileira como um todo).

É urgente que o MinC, passado todo esse tempo (e aqui me refiro não só aos sete meses de silêncio ensurdecedor do MGI, mas aos nossos 20 anos de luta), intensifique uma gestão política junto ao MGI, ao presidente Lula, à Janja, para que esse Plano de Carreira caminhe e seja aprovado ainda este ano, contribuindo para que o MinC possa comemorar seus 50, 60, 70 anos e mais, garantindo sua longevidade e permanência ao longo do tempo e para que nos próximos aniversários nós servidores nos sintamos parte da festa e tenhamos motivos para também comemorar.

Vida Longa ao MinC!”


 

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